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quarta-feira, 25 de julho de 2012

A importância da intensidade



Ao degustar ou apreciar um vinho tinto o aspecto visual, porta de entrada da análise sensorial, é muito importante porque transmite a sensação de estrutura e idade.
A estrutura é mostrada pela intensidade da cor, associada a transparência. Um vinho de cor intensa é pouco transparente, ou seja, a luz não passa por ele.
A idade é mostrada pela tonalidade da cor que evolui com o passar dos anos do vermelho para o laranja por ação da luz e da micro-oxigenação. Quando jovem, sua cor tem predominância de tons vermelhos, as vezes violáceos e com o passar do tempo a cor vai mudando e adquirindo tons alaranjados.
A preocupação de todos nós enólogos e que o vinho desafie o tempo e mature e envelheça dignamente. A evolução da cor nos vinhos é como as rugas nas pessoas. Quando aparecem de forma precoce transmitem idade que não é real. E convenhamos que ninguém gosta de aparentar mais idade da que tem.
Na ilustração acima fica evidente como a evolução da cor é mais gritante no vinho de baixa intensidade. O vinho mais claro tem “cara de velho”, parece decrépito, passado, mal conservado. No vinho mais intenso os tons laranjas estão escondidos e compõem com os vermelhos o tom marrom, muito próprio dos tintos encorpados, elaborados com uvas maduras e boa carga de componentes.
No RS as safras mais “secas”, ou seja com menor quantidade de chuvas na época de pre-maturação e maturação, proporcionam uvas mais concentradas com as quais é possível elaborar vinhos tintos mais longevos. Por isso durante esta época ficamos com um olho no vinhedo e outro no céu, um pouco espiando, um pouco orando.

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