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sábado, 3 de julho de 2010

CURSO DE VINHOS E ESPUMANTES (7)


FALEMOS DE UVAS
CHARDONNAY

Esta magnífica variedade é originária da França de onde se propagou para o mundo.
É a uva branca principal nas regiões francesas de:
Champagne: Além de ser a única branca permitida faz trio com o Pinot Noir e o Pinot Meunier. Representa algo mais de 25% da área cultivada.
Bourgogne: Nesta região o destaque mundial dos brancos se deve á nobreza desta variedade e a fantástica capacidade de maturação que possui. Com ela se elaboram os valorizados vinhos de Chablis, Pouilly-Fuissé e Puligny-Montrachet
É a uva branca mais difundida e cultivada no mundo porque tem uma enorme capacidade de adaptação.
No Brasil foi introduzida na Serra Gaúcha em fins da década de setenta onde se adaptou bem ao clima úmido e frio e de imediato mostrou todo seu potencial. Brasil buscava nessa época castas que oferecessem novas alternativas. O tempo mostrou que a escolha fora acertada.
Esta variedade, sem sombra de dúvidas, é a responsável pelo estilo e boa qualidade dos espumantes brasileiros. O clima rigoroso da Serra que impede a total maturação desta uva recria no Brasil a condição especial de Champagne. Clima especial, variedade adequada e técnica apurada de elaboração são as variáveis que asseguram um futuro promissor para os espumantes gaúchos.
SAUVIGNON BLANC
Esta variedade também originária da França é a responsável por um dos vinhos brancos mais cativantes e saborosos. Em algumas regiões fora da França repete a performance e resulta em vinhos com extrema personalidade.
É a uva branca principal nas regiões francesas de:
Vale do Loire: Se produzem os vinhos de Sancerre e Pouilly-Fumé.
Bordeaux: Apesar que esta região se destaca pelos magníficos vinhos tintos, em Margaux é uma variedade importante freqüentemente cortada com Semillón.
Não é uma variedade de fácil adaptação devido a sua sensibilidade ao clima úmido e ao excesso de produtividade. Na Serra Gaúcha sofre com o clima e somente possibilita vinhos de boa qualidade quando as condições climáticas o permitem. Em anos chuvosos resultam em vinhos excessivamente herbáceos.
Na América do Sul ganha destaque em dois países: Uruguai e Chile.
No Uruguai algumas cantinas conseguem vinhos surpreendentes. No Chile parece ter achado seu habitat natural porque lá se produzem Sauvignon Blanc com acentuados aromas frutados de pêssego e maracujá além de um gosto marcante e saboroso. Outro pais que consegue maravilhas com esta variedade é a Nova Zelândia. Vinhos dignos de conhecer.
RIESLING ITÁLICO
Esta variedade originária do norte da Itália teve uma importância fundamental no aumento de qualidade vinho dos vinhos brancos gaúchos na década de sessenta.
Com a chegada das empresas internacionais na Serra (Martini-Rossi, Chandon, Forestier, Heublein) a procura de uvas de qualidade se intensificou. Nessa época acharam esta variedade bem adaptada que quando elaborada adequadamente resultou num branco agradável e fácil de beber. Imediatamente a procura aumentou e a área cultivada acompanhou esse crescimento, fazendo com que se transformasse na principal variedade. Dois fatores a condenaram a morte: a queda de qualidade das uvas oferecidas por conta dos excessos na produtividade e o surgimento de novas alternativas como Chardonnay e Semillón. Hoje, apesar de ser uma variedade com potencial devido a sua boa adaptação, ocupa um lugar secundário na viticultura gaúcha.
SEMILLÓN
Originária do sul da França, esta variedade é a responsável por um dos vinhos mais interessantes do mundo: o Sauternes, produzido ao sul de Bordeaux. A maior curiosidade deste vinho é que é feito com uvas desidratadas na própria planta por ação do fungo chamado Botrytis que provoca o que o mundo conhece como “podridão nobre”. Este fungo, encontrado na região em função das condições climáticas especiais, se desenvolve na pele da uva e sem machucar-la, retira a água provocando a concentração dos açúcares sem interferir na acidez. Ou seja, não é uma simples concentração. O vinho Sauternes contém alta concentração de álcool e de açúcares naturais por isso, apesar de ser consumido principalmente fora das refeições e acompanhando sobremesas é harmonizado excepcionalmente com o foie gras.
No Brasil foi introduzida antes da Chardonnay e teve difícil adaptação. Os vinhos produzidos na época eram atrativos e inconfundíveis com excelente aptidão para a maturação. Infelizmente, como na Riesling itálico, os excessos praticados no campo afetaram a qualidade diminuindo a procura.
Na Austrália se cultiva a uva Sémillon em grande quantidade onde cortada com Chardonnay resulta no vinho SemChard.
Na África do Sul, no século XIX, representava 90% dos vinhedos, e era chamanda Wyndruif» (Weintraube). Hoje decaiu a produção em função da concorrência com o Sauvignon e o Chardonnay.
RIESLING DO RENO
Esta variedade originária da Alemanha, onde é uma das principais castas, possui um cacho pequeno e compacto e permite elaborar vinhos de acidez marcante e aromas florais intensos. Na Alemanha se produzem vinhos a parti de uvas com diferentes graus de maturação, sendo um dos vinhos mais valorizados o Eiswein que é elaborado com uvas tardias que sofreram a ação das geadas e provocaram a desidratação do cacho.
Junto com a Müller-Thurgau, cruzamento da Riesling com a Silvaner que possui 24% da área cultivadas, a Riesling do Reno é a principal variedade com 21% da área.
Não teve grande propagação no mundo devida a baixa produtividade a sensibilidade a doenças fungicas.
Não se adaptou ao clima úmido da Serra onde teve uma passagem rápida na década de oitenta.
MOSCATO
Esta variedade originária do norte da Itália, mais especificamente na região do Piemonte, foi uma das primeiras a serem adaptadas na Serra Gaúcha.
Com ela é possível produzir vinhos conhecidos como aromáticos, com fortes aromas da própria uva, agradáveis, fáceis de beber.
Por ser uma uva de cachos grandes, tem tendência a alta produtividade, o que prejudica sua qualidade e sanidade.
Na década de setenta, com o início da elaboração de um espumante que era cópia do Asti italiano e o incremento de vendas deste vinho em garrafões, aumentou a procura por esta uva na Serra Gaúcha. Hoje é a segunda uva branca em importância.
O espumante aromático inicialmente chamado equivocadamente, de Asti, trocou seu nome para Moscatel Espumante e na atualidade é um dos tipos com maior crescimento.
Tem um forte aroma de uva, agradável, baixa graduação alcoólica (8% volume), muito açúcar (80 gramas por litro) e é ideal para ser consumido fora das refeições, á beira da piscina ou acompanhando sobremesas. Devido ao alto teor de açúcar não é um espumante para acompanhar refeições. As pessoas menos habituadas a consumir espumantes começam pelo Moscatel e com o tempo e a educação do paladar, passam aos tipos Brut e Nature.



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