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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Instrumento de trabalho...ou de tortura


O saca-rolha pode ser um instrumento de trabalho ou de tortura, conforme o modelo ou uso.
Instrumento de trabalho se tiver os atributos mínimos e for usado adequadamente e de tortura se falhar um dos itens citados.
Apesar de que a rolha nada mais é do que um pequeno cilindro de 24 mm de diâmetro por 38 a 45 mm de cumprimento, as vezes oferece certa resistência para ser retirada. Quando não se dispõe de ferramenta adequada ou habilidade em utilizá-la, observamos verdadeiras lutas corporais entre ela e a vítima que tem a missão de retirá-la. Nada mais constrangedor que estas cenas ridículas do indivíduo fazendo força, suando até aparecer a veia no pescoço ou na frente, tremendo de impotência, batendo com o punho no saca-rolha para afundá-la, no fundo da garrafa para expulsa-la, chamando o cunhado para ajudar, em fim uma tragédia. O problema é que quando se encontram no mesmo lugar um saca-rolha inadequado e uma rolha “valente” o estrago pode ser grande, para o vinho ou para a vítima de turno. É importante esclarecer que se entende como rolha valente aquela que está firmemente presa, que veda, que cumpre seu papel, elogiável. Rolha ruim é aquela que fica encharcada de vinho, mole, que sai ou afunda com muita facilidade, que não segura e deixa vazar.
Infelizmente algumas pessoas subestimam a importância do saca-rolha e adquirem exemplares até em lojas de R$ 1,99 que geralmente servem para abrir uma garrafa e depois quebram. Saem felizes destas lojas com uma sacola de sacar-rolhas de má qualidade ou de formato temível. Depois ficam apanhando. Um dos mais perigosos é o famoso bate-coxa em formato de T, que exige a força bruta como único recurso para extrair a rolha.
O nome “bate-coxa”- como há de se imaginar - provém da posição que ocupa a garrafa (entre as pernas) que ajuda para ganhar mais força. Com ele é impossível extrair a rolha com a simples ajuda do braço, sorrindo. Tem de fazer alavanca usando as coxas e os braços e muita força. Se não quiser arriscar e ser o principal protagonista de cena constrangedora, não o use. Jogue fora ou dê de presente a alguém que você “ame demais”.
Como afirmamos no inicio, o saca-rolha pode ser um instrumento de trabalho ou de tortura para você ou para o vinho.
Evite os muito sofisticados, com mecanismos complicados que geralmente vem acompanhados de um manual com mais de 100 páginas que exige a presença de pelo menos três pessoas, uma para ler, outra para interpretar o que foi lido e a última para aplicar o que os outros dois não entenderam; os que usam algum tipo de pressão pneumática ou navalhas que podem machucar ou quebrar a garrafa e os de plástico de má qualidade que estragam antes de ser utilizados. O segredo de todo bom saca-rolha se resume a duas peças: o espiral que deve ter um passo – distancia entre os anéis - perfeito para não provocar danos à rolha, ser fino e resistente para não se deformar, e o mecanismo de alavanca preciso e simples que facilite a vida do usuário.

Um comentário:

Potiguara Júnior disse...

Oi Adolfo.

Se me permites um adendo, importante também é o canivete ou serrilha para o corte do lacre que envolve o bico. O meu tem isso e acho muito proveitoso.

Aquele abraço.