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segunda-feira, 15 de junho de 2009

O prazer de procurar


É freqüente observar como alguns apreciadores de vinhos e espumantes ficam estressados procurando "a qualidade perdida" em listas de discussões, pareceres de especialistas em revistas, jornais e internet.

Parecem não ter segurança para decidir por eles próprios os vinhos que devem gostar. Estão ignorando que nada é mais prazeroso do que garimpar vinhos com a cabeça aberta.

Garimpar em lojas e prateleiras de supermercados, tão condenados por alguns que afirmam equivocadamente que somente vendem vinhos de mediana qualidade!.

Se tomar o trabalho de garimpar, com paciência, sem pressa, deve ser uma tarefa constante de todo aquele que gosta de beber bem sem jogar dinheiro fora.

É assim como se descobrem bons vinhos entre toda e enorme oferta que existe, desde um simples Vin de Pay francês, Vino da Távola italiano e também entre marcas nacionais não tão conhecidas.

Apesar de todos os esforços que os "entendidos" fazem para complicar a vida dos simples mortais, há algumas verdades incontestáveis que são:
1) O vinho "bom" é aquele que dá prazer ao bebê-lo, seja ele branco, tinto, nacional, estrangeiro, barato, caro, novo ou velho. Nada poderá apagar a velha lembrança de um vinho de garrafão, bebido em copo de geleia na companhia de nosso avô.

2) Preço, origem, variedade e safra não são garantia de qualidade e muito menos de "prazer ao bebê-lo".

3) Podemos admitir sem sentimento de culpa, (como já aconteceu comigo) que um Romanée-Conti, que é uma joia rara e digna de ser bebida de joelhos, não é o estilo de vinho que mais nos impacta e pelo qual pagaríamos nem um décimo da fortuna que custa cada garrafa. Claro que estes vinhos se veneram em silencio independentemente do gosto pessoal.
Podemos também, sem o mesmo sentimento de culpa, deleitar-nos com um honesto vinho nacional ou um chileno, argentino ou japonês de preço convidativo.

Quem aprecia vinhos e entende sua natureza sabe que o importante é se desvestir de preconceitos que condenam ou consagram vinhos ou espumantes antecipadamente, e procurar a verdade no copo.

Ele é a prova final e definitiva da capacidade que um vinho possui de nos "tocar"... e deixar marca.

Um comentário:

Ignacio Carrau disse...


Fantástica descrição Adolfo, é isso mesmo sem mais comentários . Eu vejo como muitos consumidores se consomem na procura de vinhos renomados e caros, como se isso fosse ser a garantia da qualidade. Nada é mais maravilhoso do que procurar e encontrar vinhos de preços modestos que nos satisfazem plenamente .
Eu adoro procurar e descobrir esses vinhos q estão por aí a nossa espera em qualquer lugar .
Grande abraço e nunca deixe de escrever nesse seu BLOG com esse nome perfeitamente escolhido .
O VINHO SEM FRESCURAS .

Ignacio